Doce de Letras

A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. "Fernando Pessoa"

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sou professora de literatura , super sensível e ama Por Que amar

11 novembro 2010

caminho do meio fatima irene

coração...





Coração,

vê se entende...

melhor é não amar.

A vida seria mais simples,

escolhas talvez mais fáceis,

cada coisa em seu lugar,

coração.



Coração,

vê se compreende...

Melhor olhar com os olhos da mente.

Ela é sábia e racional,

decide tudo tão bem e

sem confusão,

coração.



Coração,

espelhe-se nos pés

que pisam somente o chão

onde a vida real acontece!

Ai, coração...

não me entristece!



Coração,

você quer pisar em nuvens!

Quer ir por lugares estranhos,

e insiste que seu tamanho

é maior que todo o resto.

Ah, coração, seja modesto...



Coração,

porquê quer ver com sentimentos?

Porquê não há argumentos

que o faça desistir?



Você dói, coração.

Coração, você dói.



Mas você,

coração,

você aquece meu peito,

e por isso,

não tem jeito,

acho que sempre vou

te ouvir.





Postado por Luz Noturna às 09:29 0 comentários Marcadores: Poesia

domingo, 21 de setembro de 2008

Quem disse que o mundo é fácil, a vida é simples e dá prá ter tudo?



Não, o mundo não é fácil.



Não, a vida não é simples.



E - definitivamente - não, não dá prá se ter tudo.







As vezes a alegria empata com a tristeza. Faz parte.



As vezes chove mais do que faz Sol. É preciso.



As vezes... estamos longe... assim é a vida.















Postado por Luz Noturna às 18:20 0 comentários sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Ah, o coração por tal distância!

Sentimentos...



Adentra, meu amor!



Na tempestade de sensações, afoga minha alma.

Transborda o meu corpo, de mim mesma tão guardado

para esse doce momento.

Me seca...com teu calor de ser Sol.



Eterniza.

Postado por Luz Noturna às 09:33 0 comentários Marcadores: Poesia





Tu....

quem és?

Quem bate em minha porta?



Que trazes nas mãos

e no coração?

Quem se me apresenta?



Tu....

quem és?

Quem toca em minha vida?



O quê vai em tua mente?

Onde estão teus pés?

Onde queres pousar?



Tento enxergar-te além do vão.

Postado por Luz Noturna às 09:33 0 comentários Marcadores: Poesia

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Passagem - Fatima Irene Pinto







Tudo está consumado e já vai passando...é agora uma passagem branda, pacífica e sem tumultos...é uma travessia amena, serena e sem insultos, para que nossas retinas registrem e guardem apenas a doce lembrança de nossos iluminados e risonhos vultos, na hora do nosso único e supremo "culto " ...você nos meus braços - meu menino -e eu nos teus braços - tua menina.





Ao longo dos meses fomos assolados por tempestades revoltas, circunstâncias adversas...fomos pegos de surpresa pelo vendaval das nossas imperfeições e nosso amor, qual pequena muda que lograra crescer e ganhar altura, rendeu-se com espanto à noite escura de nossas diferenças, omissões,hostilidades confessas ou camufladas.





Eu sigo agora, carregando uma alma vazia.Tu segues pleno de ti mesmo, alimentado da adoração incomparável de poetisas solitárias, teresas e marias tantas...





Eu sigo carregando um legado estranho, que me chegou com todos os aparatos da tecnologia...um cartão e um poema que eu não inspirei e nem suscitei em ti...um cartão de rara beleza, maquiado com destreza por uma outra maria, onde se lê a apologia do imenso amor que tão bem sabes cultivar...por ti !

Postado por Luz Noturna às 23:23 0 comentários Caminho do Meio - Fatima Irene Pinto







Reparaste que eu avanço na exata proporção do teu recuo? Se te mantivesses no caminho do meio eu não precisaria avançar e tampouco tu precisarias recuar ...



Reparaste que eu encho a tua taça na mesma proporção de que ela se me apresenta sempre vazia? Se ela se mantivesse à meia borda, por certo eu não a transbordaria ...



Reparaste que eu falo demais na exata medida em que tu falas de menos? Se ao invés de silêncio retornasses as minhas falas, na tua fala, o meu próprio silêncio se equilibraria ...



Reparaste que todos os meus sins se contrapõem a todos os teus nãos ? Se houvesse alguns sins dentre os teus nãos, os meus próprios sins aprenderiam a dizer talvez e no talvez, os nossos sins e nãos se reconciliariam ...



Avança um pouco para que eu consiga recuar.

Transborda um tanto a minha taça para que eu possa esvaziar.

Rasga de leve o teu silêncio para que eu aprenda a me calar.

Articula algumas afirmações para que eu aprenda a me negar.

Fica da minha altura para que eu não tenha que esticar.

Equilibra assim os nossos pratos para além da nossa guerra de egos. ...



E só então, em plenitude e verdade, eu poderei te amar ...
 
Fátima Irene Pinto