Doce de Letras

A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. "Fernando Pessoa"

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Local: Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil

Sou professora de literatura , super sensível e ama Por Que amar

20 setembro 2010

Amor – pois que é palavra essencial

Amor – pois que é palavra essencial


comece esta canção e toda a envolva.

Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,

reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?

Quem não sente no corpo a alma expandir-se

até desabrochar em puro grito

de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,

fundido, dissolvido, volta à origem,

dos seres, que Platão viu completados:

é um, perfeito em dois: são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?

Onde termina o quarto e chega aos astros?

Que força em nossos flancos nos transporta

a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,

já tudo se transforma, num relâmpago.

Em pequenino ponto desse corpo,

a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens

e devassando sóis tão fulgurantes

que nunca a vista humana os suportara,

mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte

que, além de nós, além da própria vida,

como ativa abstração que se faz carne,

a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,

menos que isto, sons, arquejos, ais,

um só espasmo em nós atinge o clímax:

é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,

no úmido subterrâneo da vagina,

nessa morte mais suave do que o sono:

a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,

estendidos na cama, qual estátuas,

vestidas de suor, agradecendo

o que a um deus acrescenta o amor terrestre.



Carlos Drummond de Andrade

Amar:




Fechei os olhos para não te ver

e a minha boca para não dizer...

E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,

e da minha boca fechada nasceram sussurros

e palavras mudas que te dediquei...



O amor é quando a gente mora um no outro.



Mário Quintana

15 setembro 2010

Quando me amei de verdade,...

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.


E então, pude relaxar.

Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.

Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.

Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.

Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável... Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo. De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.

Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.

Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.

Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.

Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.

Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... Saber viver!!!



Charles Chaplin