Doce de Letras

A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. "Fernando Pessoa"

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Sou professora de literatura , super sensível e ama Por Que amar

19 maio 2010

Crônica de Mário Prata

Crônica de Mário Prata

Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Angústia é um nó apertado bem no meio do sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer, mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que não exista.
Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar um recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta aos outros.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas geralmente não podia.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Paixão é quando, apesar da palavra “perigo”, o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não...
Amor é um exagero... não, também não. Um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, é um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, talvez um desapego? Talvez porque não tenha sentido, talvez porque não tenha explicação...
Esse negócio de amor, não, não sei explicar...